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Avatar


Vencedor dos Oscars de Melhor Cinematografia, Design de Produção e Efeitos Visuais.

10 Anos. Sinto como se fosse ontem, que estava em 2009, certamente não tinha a consciência necessária para compreender o alvoroço das pessoas a respeito desse filme. Depois de alguns anos, tive acesso a minha primeira experiência com Avatar, último filme do James Cameron a ser exibido nos cinemas (a remasterização de Exterminador do Futuro 2 não é válida). Lembro de muito pouco, mas me recordo de ter saído encantado com as - quase - 3 horas épicas em que passei naquele universo tão rico. Ano passado tive o prazer de rever ele e sair com a mesma sensação. E em 2019, essa obra completa dez anos desde seu lançamento. A pergunta que fica é: ele sobreviveu ao "teste do tempo"?

Sim, meus caros, ele sobreviveu!

Acho que é quase impossível alguém não ter visto ou desconhecer a história de Avatar, mas caso tenha esquecido: No exuberante mundo alienígena de Pandora vivem os Na'vi, seres que parecem ser primitivos, mas são altamente evoluídos. Como o ambiente do planeta é tóxico, foram criados os avatares, corpos biológicos controlados pela mente humana que se movimentam livremente em Pandora. Jake Sully (Sam Worthington), um ex-fuzileiro naval paralítico, volta a andar através de um avatar e se apaixona por uma Na'vi. Esta paixão leva Jake a lutar pela sobrevivência de Pandora.

James Cameron é um dos poucos diretores em atividade que conhece a importância de condensar o escapismo com um roteiro, no mínimo, equilibrado. Pois bem, é dessa maneira que ele conduz Avatar, embora o texto aqui não seja isento de falhas, como em outros trabalhos do Cameron. Um dos principais deslises é a familiaridade do filme com obras como Pocahontas (1995) e Dança com Lobos (1990), que abordam o mesmo assunto (um protagonista que decide colonizar um ambiente dominado por um povo, se junta a essa tribo e decide lutar contra aqueles para quem ele servia). Isso resulta em alguns clichês e elementos narrativos previsíveis.

Nesse meio, acabam sofrendo também os diálogos, com algumas interações exageradas e cafonas. Em relação aos demais aspectos de Avatar, a palavra que melhor define é: genial. É espantoso acreditar no que foi realizado aqui, tanto esteticamente, como conceitualmente. Sinceramente, não faço nem ideia de como iniciar os elogios sobre esse filme.

O roteiro de Cameron não pode ser chamado de "fraco" ou "genérico" pela criatividade - e genialidade - dos conceitos ao redor de Pandora: desde os pequenos detalhes como a vegetação do planeta (ou melhor: da lua) e a constante luminosidade presente na floresta que oferece vida a mesma, até as composições mais grandiosas como as rochas "flutuantes" que se posicionam no céu ou o inventivo design de cada um dos animais; há muito cuidado também no que diz respeito a cultura dos Na'Vi, que o texto sabe estabelecer perfeitamente, da religião daquele povo (os Na'Vi veneram uma "força" chamada Eywa) até a organização social deles, tudo tem um cuidado grandioso que demonstra o carinho do seu realizador ao elaborar essa obra.

Mas claro, toda essa criatividade não poderia ficar somente no papel, e aí que entramos na parte visual de Avatar, onde se encontra o ouro da obra: Os Efeitos Visuais transpõem perfeitamente a inventividade dos conceitos de Pandora em uma construção estética que, não somente é exuberante, mas consegue imergir o seu espectador naquele ambiente, aí que entra o 3D, já que aqui a profundidade de campo da tecnologia se faz necessária; o motion capture aqui é outro elemento fascinante, pois há momentos que boa parte do casting em cena está sob uso desse recurso, mas nunca causa a sensação de estranhamento no público. A Cinematografia do Mauro Fiore captura com muita beleza as vistosas ambientações, com uma composição constantemente onírica.

Porém, o mais incrível de Avatar é, mesmo com todo seu espetáculo visual, ele consegue criar o envolvimento com os personagens em cena, até com os secundários (como a piloto Trudy Chacón, interpretada pela Michelle Rodriguez e a doutora Dr. Grace Augustine, personificada por Sigourney Weaver). O Sam Worthington insere carisma e bondade ao seu Jake Sully, o arco dele, embora não original, é cativante e chega a ser impossível não torcer para o protagonista no clímax da obra. A Zoe Saldana oferece uma guerreira destemida e imponente, porém emocionalmente carregada, uma das melhores performances da sua carreira e o Stephen Lang imprime uma ameaça convincente, é nefasto e tem uma presença forte. Esse cuidado com as figuras se faz necessário, já que elas melhoram o impacto do ato-final no seu público.

Compreendo as críticas a respeito de Avatar, mas os fatos são unânimes: após 10 anos, essa obra majestosa conseguiu se sustentar bem, mesmo com erros notáveis, é omissão pura desconsiderar o trabalho cuidadoso com os personagens (no máximo, os três centrais), a criação conceitual simplesmente maravilhosa e, claro, o espetáculo audiovisual que James Cameron nos proporciona. Após tanto tempo, toda vez que termino as 2h e 42min desse épico, o sentimento de felicidade é praticamente inevitável.

James Cameron, eu não sei nem como te agradecer!

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Título Original: Avatar

Nota: ⭐⭐⭐⭐⭐

Ano: 2009

Direção: James Cameron

Roteiro: James Cameron

Elenco: Sam Worthington, Zoe Saldana, Sigourney Weaver, Stephen Lang, Michelle Rodriguez.

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