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The Avengers - Os Vingadores

  • João Marco
  • 25 de abr. de 2019
  • 4 min de leitura

Esse frame acima que dá abertura a crítica é, certamente, a imagem que define a década de 2010 inteira, pois foi a partir desse filme que se iniciou a era "moderna" dos heróis. E só não digo que ela deu o pontapé para os próximos projetos desse gênero, pois estaria negligenciando excelentes obras anteriores como a trilogia X-Men de Bryan Singer e os dois primeiros Homem-Aranha do Sam Raimi. Mas, fato é que The Avengers alcança um degrau acima dessas obras anteriores, simplesmente pela coragem do seu estúdio na forma orgânica como criou a reunião desses personagens, revolucionando as próximas produções de superseres, seja pelo lado positivo ou negativo.

Loki, o irmão de Thor, ganha acesso ao poder ilimitado do Tesseract ao roubá-lo de dentro das instalações da S.H.I.E.L.D. Nick Fury, o diretor desta agência internacional que mantém a paz, logo reúne os únicos super-heróis que serão capazes de defender a Terra de ameaças que estão por vir. Homem de Ferro, Capitão América, Hulk, Thor, Viúva Negra e Gavião Arqueiro formam o time de Fury, mas eles precisam aprender a colocar os egos de lado e agir como um grupo em prol da humanidade.

O maior acerto dessa primeira reunião desses personagens, sem dúvidas, é o Roteiro. Mas não em relação a sua história, que é estruturada de forma simples, porém funcional, cumprindo o seu papel na narrativa. O diferencial de Os Vingadores está em seus personagens e na relação que cada um constrói ao longo da trama. O espectador é presenteado com pinceladas a respeito de acontecimentos futuros - como as constantes troca de insultos entre Tony Stark e Steve Rogers - até arcos dramáticos e jornadas que terão um impacto maior em filmes posteriores, um exemplo muito claro é o Homem de Ferro, que ficou atormentado com os acontecimentos mostrados aqui.

Fica visível o amor de todos os envolvidos nesse projeto por esses personagens e como cada um deles é cuidadosamente bem trabalhado, assim como a relação entre eles, que é construída aos poucos. A Direção do Joss Whedon é muito adequada, especialmente pelo fato dele ter uma boa experiência dentro do mundo das HQs de super heróis (ele escreveu a aclamada fase dos "Surpreendentes X-Men"), e isso ajuda o diretor a entender como deve conduzir as interações dentro do grupo. Os Diálogos merecem muito destaque, muito pelo controle entre as conversas mais dramáticas e os momentos mais cômicos/épicos, cada um tem seu tempo e nenhum atrapalha a funcionalidade do outro.

Outro destaque da obra vai para as excepcionais sequências de ação, com um ótimo controle geográfico e um uso inteligente das habilidades de cada um dos personagens. Isso fica claro no deslumbrante plano-sequência durante a batalha de Nova York, onde a câmera se desloca por cada um dos heróis. Outra ideia ambiciosa foi utilizar o terceiro ato inteiro do filme para uma luta gigantesca entre os Vingadores e o exército de Loki, chamado de Chitauri, nunca se torna cansativo e o texto recheia esse segmento de momentos extremamente memoráveis e emocionantes (o sacrifício do Tony, a cena do Hulk com o Loki, etc.)

Em quesitos técnicos, a produção da obra realizou um verdadeiro espetáculo imagético: Os efeitos visuais estão em alto nível e se mantém muito melhores que alguns filmes atuais, embora tenha alguns momentos que o CGI fique sobrecarregado demais, especialmente na batalha de Nova York pela quantidade de computação gráfica utilizada no ato-final. A Trilha Sonora composta pelo grande Alan Silvestri é, certamente, o melhor trabalho da carreira do diretor, criando uma musicalidade épica e envolvente, o tema principal dos Vingadores é sem igual. Os enquadramentos são perfeitamente calculados e deixam a impressão de terem sido retirados das HQs.

O Robert Downey Jr. tem o arco de seu personagem sendo gradativamente evoluído a cada novo filme do estúdio, além do seu inegável carisma acrescentarem uma simpatia ao Tony Stark. Outro beneficiado pelo roteiro é o Chris Evans, que continua na sua jornada de compreender esse "novo mundo" em que se encontra, se assumindo definitivamente como o líder da equipe. O Chris Hemsworth e o Mark Ruffalo ficam responsáveis pelos momentos mais divertidos da obra. A Scarlett Johansson tem uma leve construção de sua personalidade e nota-se o amadurecimento da atriz com essa personagem. O Jeremy Renner tem momentos engraçados, mas pouco faz diferença. O Samuel L. Jackson encarna a alma compenetrada e levemente irônica do Nick Fury e o Tom Hiddleston está perfeito como Loki, com motivações compreesíveis e atuando bem como uma ameaça imponente para o grupo.

Os Vingadores é a síntese do que um bom "Blockbuster" deve ser: tem sequências de ação sensacionais, um antagonista realmente ameaçador, trás personagens muito carismáticos e trabalha com perfeição as relações e interações entre os mesmo. Se você exigir demais dele, pode ser que elementos como a simplicidade da trama, as constantes entradas cômicas e algumas facilitações narrativas - que realmente chegam a incomodar - atrapalhem a sua experiência, mas aqueles que entrarem despretensiosamente, terão uma experiência única.

Poucos filmes do gênero se igualam a esse.

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Título Original: Marvel's The Avengers

Nota: ⭐⭐⭐⭐⭐

Ano: 2012

Direção: Joss Whedon

Roteiro: Joss Whedon e Zak Penn

Elenco: Robert Downey Jr., Chris Evans, Mark Ruffalo, Chris Hemsworth, Scarlett Johansson, Jeremy Renner, Tom Hiddleston, Clark Gregg, Cobie Smulders, Stellan Skarsgård, Samuel L. Jackson, Gwyneth Paltrow, Paul Bettany.

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