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Buscando...

  • João Marco
  • 23 de nov. de 2018
  • 3 min de leitura

"Unfriended" ou Amizade Desfeita, lançado em 2015, trouxe uma forma completamente inovadora de contar uma história de horror. Toda a trama se passa dentro de um computador de uma menina, durante uma conversa no Skype. Poderia ter sido o "The Blair Witch Project" dessa geração, infelizmente, foi mal avaliado por público e crítica que o consideraram como "apenas ok". Três anos depois desse filme, temos uma nova experimentação dessa técnica em um filme de drama, e o resultado não poderia ser ser melhor...

Desesperado com o desaparecimento da sua filha, Margot Kim (Michelle La), David Kim (John Cho), seu pai, decide invadir o computador da jovem para procurar pistas que possam levar ao seu paradeiro. A Direção é do iniciante Annesh Chaganty, que logo em seu primeiro projeto, ele demonstra um talento exemplar na forma como ele conduz a narrativa e desenvolve a sua trama com perspicácia, controlando perfeitamente o Tom da obra e o Ritmo, ele consegue sustentar o interesse do espectador por boa parte dos 103 minutos de duração.

A ideia central da trama, embora não seja original, é bem utilizada para desenvolver a história que é contada. O Roteiro do próprio diretor em parceria com o Sev Ohanian, conduzem a narrativa de forma equilibrada e envolvente, o clima de urgência transcende a tela, e possibilitando o texto de levantar questões importantes, profundas e delicadas de forma competente; um dos questionamentos mais interessantes é sobre os relacionamentos paternos, como em muitas ocasiões, os pais não sabem o que se passa na vida dos filhos, a falta de contato entre pai e filho, entre outras vertentes.

Outro bom questionamento é sobre a mídia social, fazendo uma crítica ácida e brilhante as redes sociais, na cena das repercussões sobre um determinado acontecimento no fim do segundo ato. A Simplicidade da trama é impressionante, nem tudo precisa ser verbalizado, as vezes, é necessário somente mostrar ou pressupor o que aconteceu. E chegamos ao mistério central, que começa e se desenvolve de forma empolgante, mas tem um encerramento bizarro e uma explicação ilógica.

E isso acaba jogando o filme pra baixo. Em uma história de investigação, a revelação final não pode ser medíocre e cheia de furos, algo que acontece aqui, ao menos, a última cena do filme é muito comovente e encerra o filme de forma agridoce. Há poucos diálogos, e boa parte deles são convencionais e sem grandes momentos. E finalizando os problemas, o lapso de tempo do filme é estranho, aparentando se passar em duas semanas, sendo que é revelado que só havia se passado alguns dias.

Tecnicamente, o filme é primoroso. A Montagem é cuidadosa, transitando por uma troca constante entre planos inteiros e fechados, gerando um senso de ofegância de acordo com os acontecimentos da trama, o uso do zoom também tem muito valor narrativo. A Trilha Sonora é impressionante, evocando um senso de perigo e suspense de forma coesa e deixando o espectador gradualmente nervoso. O Design de Som reproduz com perfeição cada um dos sons de um notebook. E terminando, é preciso dizer que o John Cho dá uma das melhores interpretações de 2018, fazendo um personagem complexo e emocional. Se não fosse pela sua conclusão, Searching... seria um dos melhores filmes de 2018. Do jeito que ficou, é uma boa e importante obra que vale a pena ser vista.

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Título Original: Searching...

Nota: ⭐⭐⭐⭐

Ano: 2018

Direção: Aneesh Chaganty

Roteiro: Aneesh Chaganty e Sev Ohanian

Elenco: John Cho, Sara Sohn, Debra Messing

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