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Homem-Formiga e a Vespa


Ant-Man ou Homem-Formiga de 2015 divide muitas opiniões e sofreu com muitas divergências criativas. O primeiro filme seria dirigido pelo Edgar Wright, que por contas de divergências criativas, abandonou a produção. Peyton Reed foi contratado as pressas para terminar o projeto, que dividiu muitas opiniões na época: uma parte do público gostou e a outra viu diversos defeitos. Agora, parece que a Marvel Studios corrigiu o(s) erro(s) do antecessor.

Após ter ajudado o Capitão América na batalha contra o Homem de Ferro na Alemanha, Scott Lang (Paul Rudd) é condenado a dois anos de prisão domiciliar, por ter quebrado o Tratado de Sokovia. Diante desta situação, ele foi obrigado a se aposentar temporariamente do posto de super-herói. Restando apenas três dias para o término deste prazo, ele tem um estranho sonho com Janet Van Dyne (Michelle Pfeiffer), que desapareceu 30 anos atrás ao entrar no mundo quântico em um ato de heroísmo. Ao procurar o dr. Hank Pym (Michael Douglas) e sua filha Hope (Evangeline Lilly) em busca de explicações, Scott é rapidamente cooptado pela dupla para que possa ajudá-los em sua nova missão: construir um túnel quântico, com o objetivo de resgatar Janet de seu limbo.

A Direção é do Peyton Reed, e, aqui ele tem mais liberdade criativa para trabalhar, investindo em uma aventura leve, divertida e com uma escala bem menor (sem trocadilhos...) do que o filme anterior do estúdio, no caso, Infinity War. O Ritmo é bem acelerado, ele não para, levando o espectador a uma história simples e funcional, dentro da proposta de Ant-Man and the Wasp (ser um blockbuster sem grandes pretensões dentro do UCM). Além disso, essa continuação permite o espectador tirar a poeira das costas - literalmente - com relação a toda loucura na qual o Universo Cinematográfico da Marvel se encontra atualmente.

O Roteiro do Chris McKenna, que escreveu Spider-Man: Homecoming (2017), permite uma aventura menor em todos os aspectos (de novo, sem trocadilhos...): A História é bem simples e objetiva, mas a execução é bem problemática. Há vários sub-arcos que atrapalham a coesão narrativa. Além da história principal na sinopse, há um arco envolvendo os personagens do Laurence Fishburne e da Hannah John-Kamen, há um segundo envolvendo a relação do Hank com a Hope, há outro envolvendo a relação do Scott com sua filha, há mais um que envolve o personagem do Walton Goggins, há vários núcleos espalhados pela trama de forma desorganizada, diga-se de passagem.

Os Diálogos são realmente interessantes, as piadas verbais funcionam bem, as interações dos personagens são sólidas e as conversas mais tocantes (mesmo que sejam poucas), são bem escritas, embora se percam dentro da proposta mais "cômica". Até as frases de efeito encaixam no estilo mais "feel good". O Humor é no mesmo nível do primeiro filme: muito engraçado e bem introduzido na narrativa, fora dois ou três momentos, que a entrada humorística é bem abrupta e interrompem o fluxo do Tom.

As Sequências de Ação são o maior poder de Ant-Man and the Wasp: o diretor (assim como no primeiro filme) se diverte com as possibilidades de heróis capazes de diminuir e aumentar de tamanho. Há uma sequência de perseguição com um controle impecável de edição e câmera, passeando pelo ambiente com perfeição. Há uma cena de luta dentro de um hotel, onde a habilidade de seus protagonistas são muito bem trabalhadas.

Visualmente, assim como no antecessor, é um filme muito bonito: A Cinematografia do Dante Spinotti é mais diversificada do que a do anterior, com tonalidades mais saturadas (especialmente nas sequências dentro do Reino Quântico). O Jogo de Câmera acompanha a ação de forma organizada, permitindo ao espectador, observar o ambiente ao redor (inclusive, se utilizando bem de algumas panorâmicas) e oferecendo valor a escala nas sequências onde os personagens utilizam suas habilidades.

A Trilha Sonora do Christophe Beck tem mais personalidade que a do antecessor, com melodias que transitam entre o leve e o emocionante, sem nunca apelar para o manipulativo. A Montagem do Craig Wood e Dan Lebental sofre ao tentar organizar os vários núcleos narrativos do texto. Os Efeitos Visuais são sensacionais, desde das dimensões nas mudanças de tamanho, até a composição do Reino Quântico, tudo é muito bem construído.

O Paul Rudd continua solto e engraçado dentro de seu personagem, funcionando bem como Homem-Formiga assim como Scott Lang. Mas a estrela de Ant-Man and the Wasp é a Evangeline Lilly, imprimindo um sarcasmo bem dosado, com uma carga dramática competente, além de funcionar perfeitamente como Vespa e como Hope (exatamente como seu parceiro), e a química dela com o Paul Rudd movimenta a narrativa. O Michael Douglas não difere muito do que ele fez no filme anterior. O Michael Peña continua muito divertido e engraçado.

A Hannah John-Kamen funciona em termos interpretativos, mas sofre com um mal-desenvolvimento de sua personagem, virando mais uma vilã esquecível do UCM. O Laurence Fishburne e a Michelle Pfeiffer não tem o desenvolvimento necessário de suas personalidades. O Walton Goggins está super genérico e forçado e o Randall Park, David Dastmalchian, T.I., Judy Greer, Bobby Cannavale são alívios-cômicos sem personalidade alguma.

Ant-Man and the Wasp não é o melhor filme do estúdio em 2018 e muito menos, o melhor do UCM como um todo, tem vários problemas de organização narrativa, mas é muito divertido, engraçado e consegue superar o seu antecessor em todos os aspectos.

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Título Original: Ant-Man and the Wasp

Nota: ⭐⭐⭐⭐

Ano: 2018

Direção: Peyton Reed

Roteiro: Chris McKenna, Erik Sommers, Paul Rudd, Andrew Barrer e Gabriel Ferrari

Elenco: Paul Rudd, Evangeline Lilly, Michael Peña, Walton Goggins, Bobby Cannavale, Judy Greer, Hannah John-Kamen, Michelle Pfeiffer, Laurence Fishburne, Michael Douglas.

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