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Jurassic World: Reino Ameaçado

  • João Marco
  • 2 de jul. de 2018
  • 3 min de leitura

Jurassic World, de 2015, tem elementos de nostalgia interessantes, efeitos visuais bons, em sua maioria, tecnicamente impressionante, mas acompanhado de um roteiro ridículo e expositivo. Esse filme é melhor que o seu antecessor, mas compartilha dos mesmos exatos problemas do anterior. Quatro anos após o fechamento do Jurassic World, um vulcão prestes a entrar em erupção põe em risco a vida na ilha Nublar. No local não há mais qualquer presença humana, com os dinossauros vivendo livremente. Diante da situação, é preciso tomar uma decisão: deve-se retornar à ilha para salvar os animais ou abandoná-los para uma nova extinção? Decidida a resgatá-los, Claire (Bryce Dallas Howard) convoca Owen (Chris Pratt), Franklin (Justice Smith) e Zia (Daniella Pineda) a retornar à ilha com ela.

A Direção é do Juan Antonio Bayona, responsável por El Orfanato (2007), A Monster Calls (2016) e o excelente The Impossible (2012). Aqui, fica bem específico em qual gênero ele funciona melhor, os 30 minutos finais de Fallen Kingdom são um filme de horror com monstros, a atmosfera é brilhantemente bem construída, além do excelente trabalho técnico. Mas, para chegar ao Ato-Final, você vai precisar encarar 1h e 35min de pura enrolação, diversas digressões narrativas, que tiram o foco da trama, um Tom inconsistente, transitando entre o humor e a seriedade de forma desordenada e transformando a experiência em algo quase insuportável, o Ritmo é extremamente problemático.

O Roteiro segue os mesmos passos do primeiro filme, em relação a qualidade: A "Trama" é uma bagunça, não há lógica alguma, quebra as suas próprias regras a todo momento, além de recheado de Facilitações Narrativas e conceitos ridículos. O Desenvolvimento Narrativo é tão problemático que impede um interesse do espectador com relação a história, que é, e trata o espectador como idiota. Os Diálogos são artificiais, cafonas, cheios de exposição e coberto de frases de efeito genéricas. O Humor é completamente descartável e destoa de alguns momentos do filme.

Mas se o filme decepciona com relação ao Texto, sobre as sequências de ação não há o que reclamar aqui, o diretor tem a experiência de conduzir efeitos visuais grandiosos, além de saber criar um caos visual controlado perfeitamente bem: a sequência inicial cria uma antecipação enervante, estabelecendo bem a atmosfera de suspense e evocando a abertura do clássico de 1993, outra sequência que merece destaque é a que envolve a erupção do vulcão, o controle do caos e a grandiosidade daquele momento é o que faz ele memorável, e ainda há um excelente plano-sequência, que é executado com perfeição.

Visual e tecnicamente, o filme é espetacular: A Cinematografia é mais sombria que a do seu antecessor, com um ótimo controle da escuridão, mérito do trabalho de Iluminação, criando sequências absolutamente tensas e enervantes, que são apoiadas pela Mise-en-Scène, controlando perfeitamente os espaços. Há belíssimos Planos, com uma idealização perfeita, que os torna memoráveis, um dos melhores exemplos é o enquadramento acima.

A Trilha Sonora do Michael Giacchino encontra o equilíbrio perfeito entre a sensação de nostalgia e a enervância e grandiosidade de suas melodias, especialmente no Ato-Final. O Jogo de Câmera imerge o público nas sequências de ação, adentrando com sutileza, dentro do caos e do nervosismo das cenas mais caóticas. Os Efeitos Visuais continuam impressionantes, especialmente em quesito de profundidade, já a Edição e Montagem poderiam ser mais eficientes com relação a conter certas digressões narrativas.

O Chris Pratt tem carisma e presença, é um protagonista sem muito desenvolvimento, mas que funciona, dentro da sua fórmula. A Bryce Dallas Howard tem um desenvolvimento meio brusco de sua personalidade e na forma que ela vê os dinossauros, mas eu gostei e permite a personagem ter mais momentos memoráveis. A Daniella Pineda é a melhor personagem do filme, mas é a mais desfavorecida pelo roteiro, que a transforma em uma coadjuvante. O Justice Smith é um alívio cômico completamente desnecessário. O Jeff Goldblum tem o melhor diálogo do filme. Os Antagonistas são ridículos e sem nenhum carisma, algo que fica claro nos personagens do Ted Levine, Toby Jones e Rafe Spall.

Jurassic World: Fallen Kingdom é melhor que o primeiro, visualmente impressionante e brilha nos seus 30 minutos finais, mas para chegar até lá, você tera que passar por um Roteiro imbecil e um desenvolvimento narrativo muito ruim.

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Título Original: Jurassic World: Fallen Kingdom

Nota: ⭐⭐

Ano: 2018

Direção: J.A. Bayona

Roteiro: Derek Connolly e Colin Trevorrow

Elenco: Chris Pratt, Bryce Dallas Howard, Rafe Spall, Justice Smith, Daniella Pineda, James Cromwell, Toby Jones, Ted Levine, Jeff Goldblum, BD Wong.

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