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Jogador Número Um

  • João Marco
  • 3 de jun. de 2018
  • 4 min de leitura

Vou ser bastante honesto com vocês e dizer que eu não tinha expectativa nenhuma com esse filme, lembro que, na época do primeiro teaser, os comentários da galera sobre as diversas referências aos Anos 80, mas, mesmo sabendo que eu teria que ver, em momento algum, estava morrendo de empolgação e nem achava que seria bom. E, mesmo tendo criado um pouco de expectativa durante todo esse tempo, não sabia o que eu acharia de Ready Player One. Como é bom estar errado, as vezes.

O ano é de 2045 e o mundo está em uma situação terrível. Como a maioria das pessoas, Wade Watts (Tye Sheridan) escapa de sua realidade, passando horas conectado ao OASIS - uma utopia virtual que permite aos seus usuários o que eles quiserem. Depois da morte de seu criador, James Halliday (Mark Rylance) escondeu um "easter egg" dentro do OASIS e quem o desvendá-lo, herdará uma grande fortuna.

A Direção é do Steven Spielberg, e não tinha como ser outra pessoa, boa parte da cultura pop dos anos 80 e 90 na qual o filme celebra teve envolvimento do diretor. O que o diretor sabe fazer de melhor em seus trabalhos é o controle do Ritmo, o filme não perde energia em momento algum, são 140 minutos de uma história eletrizante e divertida ao extremo. O Tom é bem equilibrado, mantendo o controle entre os elementos de ação e ficção científica com perfeição.

O Roteiro é bem funcional. A Trama não apresenta nada de diferente e inclusive é bem previsível em seu desenrolar, mas o atrativo desse texto não é a história em si, mas sim os conceitos e ideias que rodeiam ela. O Universo é espetacular, o filme faz um ótimo trabalho de imergir o público no seu mundo, há uma gigantesca explosão de referências a cultura popular dos anos 80, 90 e 2000, com citações e elementos incluídos dentro do cenário do OASIS. Os Diálogos são bem artificiais, especialmente dentro do jogo, onde determinadas informações são expressadas através das conversas entre os personagens, algo que não funciona, até porque existem outras formas de passar essas informações.

Visualmente, esse filme tem a melhor criação de mundo da década, junto de Mad Max: Fury Road (2015): A Cinematografia é perfeita, distinguindo o visual acinzentado e depressivo do mundo real, com a palheta multi-colorida das composições visuais dentro do OASIS, a Iluminação dos ambientes externos ajuda a reforçar o visual. A Câmera se desloca pelo cenário com uma agitação controlada, permitindo ao espectador observar atentamente os pequenos detalhes daquele universo. O Spielberg abusa dos Planos Aéreos dentro do jogo, especialmente nas sequências de ação mais grandiosas, a Escala é colossal.

As Sequências de ação são um atrativo do filme, o controle dos espaços é perfeita, a organização geográfica do ambiente é construída com maestria e o diretor faz questão de mostrar ao público o que está acontecendo na cena. Há uma sequência de corrida, que além de bem editada, o controle dos efeitos visuais é perfeito; há outra sequência, focada no gênero Horror e se passa no cenário de um dos maiores clássicos do gênero que funciona muito bem. E a bombástica batalha final é espetacular em todos os aspectos, mas eu não direi mais do que isso.

A Trilha Sonora do Alan Silvestri é magnífica, evocando um ótimo senso de grandiosidade e impulsionando as sequências mais épicas. A seleção de músicas escolhidas é uma das melhores coletâneas dessa década, com a possível exceção de Guardians of the Galaxy (2014), incluindo clássicos como "Everybody Wants to Rule the World" do Tears for Fears, "Jump" do Van Halen, "One Way or Another" do Blondie e muitos outros. A Edição é muito fluída, quando algo acontece a um jogador no OASIS, o filme mostra as consequências no mundo real.

O Design de Produção é perfeitamente bem detalhado, os elementos cênicos dentro e fora do OASIS são muito bem controlados. Os Efeitos Visuais são deslumbrantes, desde a movimentação dos personagens e o design visual dos mesmos, até mesmo a criação de mundo dentro do jogo. A Mixagem de Som é perfeita, com elementos auditivos bem condensados, especialmente nas sequências de ação mais grandiosas. A Edição de Som tem a liberdade de desenvolver os mais criativos elementos sonoros para aquele universo com perfeição.

Mesmo que os personagens não tenham um desenvolvimento de suas personalidades, ainda consegui me importar com eles, muito disso vem do Elenco. O Tye Sheridan é um ótimo protagonista, além de incrivelmente carismático e de convencer nas cenas mais dramáticas. A Olivia Cooke, está excelente, como de costume. O Ben Mendelsohn faz um vilão extremamente imponente e nefasto. O T. J. Miller faz um capanga maligno extremamente funcional. A Lena Waithe é muito engraçada e tem alguns dos melhores momentos do filme. E destaque para o Mark Rylance, que imprime uma genialidade e uma introspectividade absolutamente perfeitas.

Ready Player One não é perfeito, A História não é grande coisa, há um excesso de diálogos expositivos e falta desenvolvimento das personalidades individuais, mas é um filme cheio de bons conceitos e ideias, e acompanhado de um trabalho áudio-visual impressionante e um elenco afiado.

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Título Original: Ready Player One

Nota: ⭐⭐⭐⭐

Ano: 2018

Direção: Steven Spielberg

Roteiro: Zak Penn e Ernest Cline

Elenco: Tye Sheridan, Olivia Cooke, Ben Mendelsohn, Lena Waithe, T.J. Miller, Simon Pegg, Mark Rylance, Hannah John-Kamen, Ralph Ineson.

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