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Círculo de Fogo: A Revolta

  • João Marco
  • 1 de jun. de 2018
  • 3 min de leitura

Vi esse filme a um mês atrás e pela minha experiência negativa com ele, não escrevi imediatamente sobre Uprising e fui adiando, até que chegou o momento em que simplesmente desisti. Mas acabei voltando atrás, porque a meta do Tempos de Cinema é falar da maior parte dos lançamentos de 2018 nos cinemas brasileiros e no mundo, independente da qualidade. Chega de enrolação e vamos acabar com isso.

10 anos se passaram após a batalha da fenda e os oceanos continuam estáveis, mas inquietos. Vindicado pela vitória na batalha, o programa Jaeger evoluiu para se tornar a força de defensa mais poderosa da humanidade. O PPDC agora seleciona os melhores e mais promissores para se tornar a nova geração de heróis, sobre o comando de Jake Pentecost (John Boyega)

A Direção é do Steven S. DeKnight, ele roteirizou e dirigiu séries famosas como Marvel's Daredevil (2015-) e Spartacus (2010-2013), e mesmo participando de duas séries sensacionais, ele não conseguiu replicar o que fez de melhor nas produções anteriores de sua carreira. O Ritmo é terrivelmente entediante, são tantos problemas e defeitos na execução, que, quando algo realmente importante acontece, ele perde seu impacto. O filme tem 132 minutos, com conteúdo para 95 minutos de duração, com muitas cenas desnecessárias (como a abertura do filme, por exemplo).

O Roteiro é uma piada. A história é nula, quase não há o que contar nesse filme (muito pelo fato de que não havia motivo revisitar esse universo). A "trama" de fato é estabelecida pela marca da 1h de duração do filme, e, além de ridícula, vem acompanhada de um twist terrível sobre as reais intenções de um personagem. Os Diálogos são cafonas e artificiais ao nível máximo, parecem jargões de caminhão, além de 90% das interações entre os personagens serem dolorosamente expositivas. Há um número absurdo de facilitações narrativas, que chegam ao cúmulo do espectador deduzir a cena inteira.

Tecnicamente, o filme tem seus altos e baixos: A Cinematografia mais ensolarada e paradisíaca é inferior e destoa constantemente do visual escuro e chuvoso do primeiro filme, vira uma pirotecnia de cores que começam a ficar saturadas com o passar do tempo, o que acaba cansando o espectador. O visual mais iluminado e menos escurecido, retira o impacto visual dos Kaiju e dos Jaegers, comparado ao ambiente que os robôs são inseridos digitalmente

A Trilha Sonora é terrível e absurdamente derivada de temas do filme anterior. O que mais me assustou aqui é que o compositor da trilha foi o Lorne Balfe, que compôs a trilha de Megamind (2010), que é muito boa. A Edição é absurdamente problemática, com lacunas abertas, fica visível que ele foi re-editado, comprometendo a fluidez rítmica da história e deixando personagens que poderiam ter alguma relevância no corte final completamente vazios.

As Sequências de Ação são muito boas e fluem de uma forma eficaz. As "coreografias" dos robôs são boas, embora não sejam criativas como as do antecessor, além da organização visual da ação, que é ótima. Os Efeitos Visuais (embora em alguns momentos sejam absurdamente exagerados) são bons e bem inseridos no ambiente ao redor. E pra fechar, a Mixagem de Som do filme é uma loucura desordenada e incômoda, em certos momentos, já a Edição de Som é boa em criar os sons e os ruídos das sequências mais caóticas.

O John Boyega segura o filme, ele tem carisma e consegue criar interesse do público pelo seu personagem, mesmo que ele tenha que falar alguns diálogos risíveis. A Cailee Spaeny repõe bastante a energia do John Boyega com sua indulgência e a dinâmica entre eles dois e o elemento humano mais interessante. O Scott Eastwood é uma porta com pernas. A Adria Arjona não faz absolutamente nada aqui. O Burn Gorman e o Charlie Day retiram completamente a graça de seus personagens e a Rinko Kikuchi mal aparece.

Pacific Rim: Uprising cai na velha maldição da continuação de um Blockbuster: achar que "mais" é sinônimo de "melhor". O filme se preocupa mais com o fator "retorno financeiro" do que em contar uma boa história. O resultado é um roteiro mal-executado, um elenco desperdiçado e 132 minutos de ideias "interessantes" que são jogadas no lixo.

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Título Original: Pacific Rim: Uprising

Nota: ⭐

Ano: 2018

Direção: Steven S. DeKnight

Roteiro: Steven S. DeKnight, Emily Carmichael, Kira Snyder e T.S. Nowlin

Elenco: John Boyega, Scott Eastwood, Cailee Spaeny, Burn Gorman, Charlie Day, Adria Arjona, Tian Jing, Jin Zhang, Rinko Kikuchi, Ivanna Sakhno.

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