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Um Lugar Silencioso

Em um futuro "pós-apocalíptico", uma família tenta sobreviver, em uma casa de campo, a uma ameaça desconhecida que localiza as suas presas, através dos sons emitidos pelo ambiente. A família composta pela mãe, Evelyn (Emily Blunt), o pai, Lee (John Krasinski), e os filhos, Regan (Millicent Simmonds) e Marcus (Noah Jupe) precisam viver em silêncio, para não atrair as criaturas.

É o terceiro filme dirigido pelo John Krasinski, que havia feito anteriormente Brief Interviews with Hideous Men (2009) e The Hollars (2016), chegando ao melhor trabalho de sua carreira. O diretor sabe dosar as trocas de gênero: No centro, é um suspense/terror tenso e enervante, um drama forte sobre família e uma semi-ficção científica. O Tom é bastante controlado, o Ritmo é ótimo, a obra nunca deixa o espectador descansar durante os 95 minutos de duração.

O Roteiro, também escrito pelo John Krasinski, é cheio de boas ideias: A História instiga o espectador, o prólogo é inteiramente sem falas, o conceito da obra é simples: os personagens precisam viver em silêncio absoluto, qualquer som torna-se um perigo nos olhos do espectador. O silêncio cria uma atmosfera aterradora e sufocante de tensão eminente. O Universo é extremamente rico em sua construção, o texto evita explicar ao público como as coisas chegaram até aquele ponto. Quase não há diálogos, mas quando se fazem presentes, acabam não saindo do convencional e genérico, se tornando desnecessários.

O cuidado visual é um dos elementos que mais chama a atenção: A Cinematografia realça o visual desolador e desesperançoso do Design de Produção, utilizando tons quentes e amargos, criando uma sensação de fechamento. A Iluminação prioriza a escuridão como recurso para o anonimato, a contra-luz (em cenas noturnas, especialmente) desenha a silhueta do personagem, com uma delicadeza nos ambientes internos. Os enquadramentos são belos, nota-se uma certa inspiração em The Last of Us (2013). A Trilha Sonora é fraca e esquecível, as melodias são usadas para compor urgência e intensidade das cenas, algo que o silêncio faz muito melhor.

Os Efeitos Visuais usados na composição das criaturas são ótimos, há um bom trabalho em relação aos movimentos e a forma orgânica da inserção dos monstros. O Design das criaturas é impressionante, o visual aterrorizante ajuda para o espectador temê-los. O Design de Som é impressionante, o silêncio permite aos elementos daquele ambiente um "barulho" maior, criando uma sensação de perigo e intenso nervosismo no público.

A Emily Blunt internaliza todos os seus sentimentos com perfeição, o foco principal está sempre em sua personagem e a atriz aproveita o destaque para brilhar. O John Krasinski consegue perfeitamente expor no olhar, o sentimento de cautela e medo de perder a sua família, agindo como uma figura essencialmente protetora. A Millicent Simmonds é a alma da família, executando essa funcão com extrema qualidade

A Quiet Place é um filme impecável em todos os seus elementos, pode decepcionar o público casual por não seguir a maioria das convenções de gênero. Já os cinéfilos e críticos vão se impactar e se impressionar com a incrível experiência na qual precenciamos. Não é perfeito, mas é uma das melhores obras do ano até o momento.

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Título Original: A Quiet Place

Nota: ⭐⭐⭐⭐

Ano: 2018

Direção: John Krasinski

Roteiro: John Krasinski, Bryan Woods e Scott Beck

Elenco: Emily Blunt, John Krasinski, Millicent Simmonds, Noah Jupe, Cade Woodward, Leon Russom.

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